Avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico na região da Baía da Babitonga

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A equipe de pesquisadores da Espaço Arqueologia esteve no município de Itapoá, extremo norte do litoral catarinense, durante a primeira semana de outubro de 2018. Lá, foram realizados trabalhos de campo referentes à avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico, por se tratar da área de implantação do Terminal Retroportuário da Sobieray Transportes Rodoviários.
Situado a nordeste do complexo estuarino da Baía da Babitonga, a região, onde está localizado o município de Itapoá, apresenta um ambiente que permitiu uma ocupação efetiva de populações humanas ao longo do tempo. Esta ocupação é demonstrada pela riqueza dos registros arqueológicos ali identificados, entre os quais se destacam sítios classificados como sambaqui.
No entorno da área pesquisada estão mapeados, pela literatura arqueológica, a presença dos sambaquis Jaguaruna V, Jaguaruna XI, Jaguaruna XII e Rio Inferninho. Contudo, após a realização de caminhamentos sistemáticos e de amostragem de poços-teste em toda a extensão da área de pesquisa, situada em ambiente de restinga, não foram registrados vestígios ou sítios arqueológicos.
Próximo ao empreendimento, está a comunidade de Pontal, onde os pesquisadores realizaram a divulgação da pesquisa junto aos moradores. Na ocasião, foram distribuídos materiais informativos sobre a arqueologia regional. Ao mesmo tempo em que ocorreu a extroversão da pesquisa arqueológica, foi possível identificar que a maioria dos entrevistados e entrevistadas têm alguma compreensão sobre arqueologia. Em muitas conversas, foram citadas a presença dos sambaquis (ou concheiros e casqueiros, como são comumente reconhecidos), demonstrando seu conhecimento do rico patrimônio arqueológico local. Assim, as entrevistas alcançaram seu objetivo principal, sendo um importante momento de diálogo entre os pesquisadores e a comunidade local próxima à área da pesquisa.
A pesquisa foi divulgada, também, na Escola de Educação Básica Nereu Ramos, localizada no bairro Itapema do Norte. No contato inicial, os pesquisadores foram recebidos pela diretora da escola, a qual se mostrou receptiva ao tema se colocando à disposição para o eventual desenvolvimento de atividades de Educação Patrimonial junto aos alunos. Desta forma, foram distribuídos materiais didáticos-informativos, para que os professores interessados pudessem trabalhar assuntos como as etapas da pesquisa arqueológica e a arqueologia no litoral de Santa Catarina junto aos alunos.
A líder da instituição encaminhou os pesquisadores para a professora de história, que evidenciou um projeto que vem sendo realizado com os alunos dentro de sua disciplina e trabalha precisamente os sambaquis de Itapoá. A professora, interessada também pelo trabalho realizado pela equipe em gabinete, solicitou materiais cartográficos dos sambaquis, para promover uma discussão sobre sua distribuição na paisagem regional.

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