Espaço Arqueologia atua em pesquisa no estado do Mato Grosso

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Etapa de avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico aconteceu no vale do rio São Francisco de Paula

Desde a concepção do projeto, a área da pesquisa chama a atenção pela paisagem em que se insere. Ela é composta por grandes rios, como o São Francisco de Paula e relevo distintos, com locais relativamente planos nas áreas mais afastadas do rio, e encostas acentuadas conforme se aproxima da calha do rio. A vegetação presente na área da pesquisa, caracterizada por árvores de pequeno e médio porte, também chamam atenção, bem como o leito do rio, que é formado por extensas lajes e formações rochosas, com bom potencial para captação de matéria-prima para o talhe.

Considerando o histórico de pesquisas realizadas em todo a região Centro-Oeste do Brasil, é possível afirmar que esse tipo de ambiente apresenta alto potencial para a ocorrência de sítios arqueológicos pré-coloniais, tanto os caracterizados como antigas aldeias, como aqueles que registram atividades específicas, como caça, pesca e coleta.

Nesse panorama, uma equipe de pesquisadores realizou a avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico na área de implantação de uma pequena central hidrelétrica, a ser instalada no curso do rio São Francisco de Paula, entre os municípios de Nortelândia e Arenápolis, no Mato Grosso.

A metodologia de pesquisa em campo envolveu caminhamentos para verificações de superfície e a escavação de poços-teste com cavadeira articulada para as investigações da subsuperfície do terreno. O sedimento apresentou textura argilo-arenosa de média compactação, perfil de solo homogêneo e coloração nas tonalidades de vermelho claro, vermelho e marrom avermelhado. Além dessas técnicas de pesquisa, também foram verificadas as formações rochosas e paredões, em busca de oficinas líticas e painéis com arte rupestre. Como resultado da pesquisa, não foram encontrados vestígios arqueológicos nas áreas investigadas.

Outra ação prevista no projeto consistiu na divulgação e esclarecimento sobre a pesquisa arqueológica junto à comunidade local. Desta forma, os pesquisadores visitaram a Escola Estadual Prof.ª Idalina de Farias, além de alguns moradores sediados nas propriedades rurais das proximidades da área da pesquisa, sempre atentos aos protocolos de saúde em função da pandemia.

Durante as conversas, os pesquisadores falaram sobre os bens culturais acautelados no Estado do Mato Grosso, como os sítios caçadores-coletores, sítios cerâmicos e de arte rupestre, cadastrados em pesquisas já realizadas, assim como, sobre as atividades de pesquisa que estavam sendo realizadas na região. Aos participantes das atividades educativas, foram distribuídos materiais informativos constituídos por dois folders, sendo o primeiro com informações relacionadas ao desenvolvimento das pesquisas arqueológicas no licenciamento ambiental de empreendimentos, e o segundo folder referente aos bens acautelados presentes no Estado do Mato Grosso.

O arqueólogo Valdir Schwengber, coordenador da pesquisa destaca que “a socialização dos conhecimentos derivados da pesquisa arqueológica junto à comunidade local, responde à função social da arqueologia, através do reconhecimento da história dos grupos pré-coloniais e remanescentes para a formação da identidade cultural, tendo importante papel em assumir uma postura ativa para o esclarecimento sobre a existência de sítios arqueológicos históricos e pré-históricos, a pesquisa e a difusão da consciência preservacionista”.
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