Arqueólogos registram gravuras rupestres no sudoeste do Paraná

Aproveitamento hidrelétrico do médio curso do Rio Areia é objeto de estudo arqueológico.
24 de junho de 2020
Estudo arqueológico no bairro Bacacheri, em Curitiba.
3 de julho de 2020

Sítio arqueológico foi identificado durante pesquisa no curso do Rio Chopim.

Um sítio arqueológico composto por um painel com cerca de dez gravuras rupestres foi identificado pela equipe da Espaço Arqueologia. O achado se deu durante uma pesquisa de campo realizada na área de influência de um empreendimento do setor hidrelétrico que será instalado no Rio Chopim, entre os municípios paranaenses de Coronel Domingos Soares e Palmas. As gravuras chamam a atenção pelas formas geométricas como círculos e linhas, elaboradas com a técnica de picotado em um afloramento rochoso que se estende sobre uma porção da margem esquerda do rio.

Além das gravuras, a pesquisa revelou mais dois sítios pré-coloniais compostos por vestígios materiais líticos e fragmentos de cerâmica, também identificados na margem esquerda do rio, em área relativamente próxima a outra descoberta, dessa vez na outra margem direita do Rio Chopim. Ali, foram encontrados dois vestígios de forma isolada: um material lítico lascado e um fragmento cerâmico, caracterizados como ocorrências arqueológicas.

A identificação do patrimônio arqueológico ocorreu em razão do desenvolvimento da etapa de avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico, prevista na Instrução Normativa do IPHAN nº 001/2015, do processo de licenciamento ambiental da PCH Alto Chopim. Nesta etapa, o principal objetivo é avaliar as áreas de influência do empreendimento por meio de pesquisas bibliográficas e levantamentos de campo. Para isso, são executadas ações envolvendo caminhamentos para as verificações de superfície e a escavação de poços-teste com cavadeira articulada para as verificações de subsuperfície, sendo todo esse processo registrado em fotografias digitais e anotações de informações sobre os aspectos da paisagem e dos compartimentos ambientais prospectados.

Os resultados obtidos até aqui confirmam, mais uma vez, o alto potencial arqueológico da área onde foi realizado este estudo, indicando que a região foi amplamente ocupada por populações de caçadores antigos e por grupos ceramistas em tempos mais recentes.

Paralelamente à avaliação, foram realizadas ações de divulgação da pesquisa junto aos moradores das áreas mais próximas ao empreendimento. Nestas atividades, foram prestados esclarecimentos sobre a necessidade de realização da pesquisa arqueológica, destacando a importância da preservação do patrimônio arqueológico. Na oportunidade, foram distribuídos materiais didático-informativos, compostos por dois folders, um com conteúdo referente às etapas da pesquisa arqueológica no âmbito dos processos de licenciamento ambiental, e outro contendo informações sobre os principais aspectos culturais envolvendo os grupos humanos que habitaram o planalto meridional brasileiro antes da chegada dos europeus.

Estas ações objetivaram a socialização dos resultados das pesquisas arqueológicas junto à comunidade, despertando o interesse pelo tema e a necessidade de preservação do patrimônio arqueológico.

Após orientações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a pesquisa poderá entrar em uma nova etapa em busca de entender um pouco mais sobre os grupos humanos do passado que ocuparam a região.
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