Arqueólogos realizam estudo de impacto ambiental na área da CGH Arroio da Cotia (PR)

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A área afetada pela instalação da Central Geradora Hidrelétrica (CGH) Arroio da Cotia, no município de Carambeí (PR), foi estudada, recentemente, pela equipe da Espaço Arqueologia.No local, foram realizados estudos de avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico, já que a usina será instalada no curso do Arroio da Cotia, tributário da margem direita do rio Tibagi e ocupará uma colina de encostas suaves mas que, em certos locais, apresenta fortes declives, formados por paredões de arenito. Tais características atribuem ao local o grau de área de alto potencial arqueológico, seja para a existência de sítios superficiais, seja para a existência de sítios com arte rupestre. Cientes do alto potencial arqueológico da área em estudo, os arqueólogos realizaram levantamentos sistemáticos e intensivos por meio da escavação de poços-teste e caminhamentos em todos os locais que serão afetados pelas obras de instalação da CGH e, como resultado das atividades, nenhum vestígio arqueológico foi identificado. “Apesar de não ter sido identificado nenhum sítio arqueológico, o saldo desta pesquisa é positivo, visto que foi constatado que nenhum dano será causado ao patrimônio arqueológico em decorrência da instalação do empreendimento”, salienta o arqueológico coordenador Alessandro De Bona Mello. A região pesquisada é reconhecida no contexto etno-histórico e arqueológico como bastante rica e complexa. Entre os municípios de Tibagi, Piraí do Sul, Carambeí e Ponta Grossa, mais especificamente, já foram mapeados mais de 50 sítios arqueológicos compostos por abrigos rochosos com pinturas rupestres, além de outros sítios superficiais com material cerâmico e lítico. Além dos documentos escritos, os sítios arqueológicos encontrados nesta região indicam que, também no período pré-colonial, as terras drenadas pelo rio Tibagi foram massivamente ocupadas por populações indígenas pertencentes às famílias linguísticas Jê Meridional e Guarani.Ao transpassar os Campos Gerais no início do século XIX, o naturalista francês Auguste Saint-Hilaire constatou que estes rincões eram densamente ocupados por populações indígenas a quem, indiscriminadamente, chamava de Coroados. Ao final do mesmo século, o sertanista Telêmaco Borba também escreve sobre os índios Coroados – por ele denominados Caingangues – e, além do aspecto demográfico, chama atenção para os elementos que compunham o arranjo cultural destes povos.

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