Sítio Tupiguarani recebe pesquisas complementares em Florianópolis

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Datado do período colonial, a equipe da Espaço Arqueologia foi até a ilha para estudos no sítio Travessão do Rio Vermelho.

Inicialmente pesquisado pela equipe do Laboratório de Estudos Interdisciplinares em Arqueologia da UFSC (LEIA-UFSC), o sítio Travessão do Rio Vermelho (TRV) está associado às populações Guarani que ocupavam a Ilha de Santa Catarina antes da chegada dos primeiros europeus à região.

Segundo dados obtidos pela equipe do LEIA, o sítio está datado entre 290+-30 AP e 370+-30 AP. Essas datações o colocam em um horizonte cronológico que se estende do fim do século XI a meados do século 17 da era cristã, período em que a ocupação não-indígena na ilha de Santa Catarina ainda não havia sido impulsionada pela coroa portuguesa. Tal impulsionamento viria a acontecer cerca de 100 anos depois, com a militarização da ilha e a chegada das primeiras famílias de origem açoriana.

Trata-se de um sítio relativamente pequeno, composto por uma concentração de fragmentos de cerâmica da Tradição arqueológica Tupiguarani, associada a uma mancha de “Terra Preta Arqueológica”.

Os fragmentos de cerâmica encontrados no sítio representam utensílios domésticos utilizados por esses povos em suas residências, indicando que este se tratava de um local de ocupação fixa. Tal característica indica, ainda, uma estabilidade não apenas neste local específico, mas sim de um território amplo.

Segundo Jedson Cerezer, arqueólogo da equipe da Espaço Arqueologia, “Os estudos desenvolvidos sobre o sítio TRV contribuem significativamente para aprimorar a compreensão do processo histórico de ocupação Guarani no litoral de Santa Catarina.” Ainda segundo o pesquisador “além da cronologia, pode-se constatar que aspectos tecnológicos e de padrão de assentamento verificados no TRV são equivalentes aqueles identificados em sítios Guarani do litoral sul catarinense. Isso denota a existência de um vasto território conhecido e estabelecido ao longo de uma ocupação de longa duração”.

Quer saber mais sobre a Arqueologia da Ilha de Santa Catarina, acesse o e-book “Florianópolis Arqueológica”, organizado pelos arqueólogos Lucas Bueno e Lucas Reis, do LEIA-UFSC.
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