Patrimônio arqueológico é identificado na região do Jalapão

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Dois sítios arqueológicos e outras seis ocorrências foram registradas

Inserida numa das paisagens mais exuberantes do Brasil, a área da pesquisa está situada nas proximidades do Parque Estadual do Jalapão, região leste de Tocantins. São 34 mil km² de área de preservação ambiental, importante reserva ecológica com relevo formado por dunas, serras e chapadões, coberto por uma vegetação típica do cerrado, entrecortado por rios e riachos, abrigando grande diversidade de espécies vegetais e animais.

Foi nesse cenário que os pesquisadores da Espaço Arqueologia realizaram a etapa de avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico, prevista na Instrução Normativa do IPHAN nº 001/2015. A pesquisa faz parte de uma série de estudos que estão sendo realizados no licenciamento ambiental da área de pavimentação e implantação da Rodovia Estadual TO-247/030, trecho Lagoa do Tocantins – Ponte do Rio do Sono, a ser instalada entre os municípios de Lagoa do Tocantins e Novo Acordo.

Seguindo o projeto de pesquisa, a equipe de arqueólogos fez uso prático da metodologia de campo, composta por linhas de caminhamento e a escavação de poços-teste ao longo dos 76,5 Km de extensão da área do empreendimento.

Como resultado das atividades, foram identificados dois sítios arqueológicos à céu aberto: materiais líticos, blocos com marcas de retiradas, lascas, artefatos retocados e percutores foram identificados dispersos sobre a superfície do terreno. Foram registradas ainda seis áreas com ocorrência de materiais arqueológicos encontrados de forma descontextualizada, não constituindo desta maneira sítios arqueológicos, conforme orienta a Portaria do IPHAN nº 316/19.

Atendendo a expectativa dos pesquisadores, esses testemunhos de ocupação humana foram encontrados em áreas próximas aos rios e afloramentos rochosos, ambientes de alto potencial arqueológico, por serem propícios à vida pela oferta desses recursos naturais.

Diante do Patrimônio Arqueológico revelado, a equipe em campo estabeleceu contato com moradores locais para socializar os resultados da pesquisa, respeitando sempre os cuidados necessários em cumprimento aos protocolos sanitários. Durante os breves contatos, foram prestados esclarecimentos sobre a realização da pesquisa, assim como, fornecidas informações sobre os resultados iniciais. Na oportunidade, foram distribuídos materiais didático-informativos, compostos por folder com conteúdo referente a legislação que trata da pesquisa e preservação do patrimônio arqueológico.

Além de tornar possível o registro do patrimônio arqueológico inédito, essa etapa da pesquisa contribuiu na difusão do conhecimento sobre a região que envolve a relação entre os seres humanos e a paisagem. Após a avaliação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o próximo passo tende a ser a implementação de um programa de gestão do patrimônio arqueológico.
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