Londrina recebe pesquisa arqueológica

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Projeto faz parte do licenciamento ambiental de empreendimento imobiliário

Para serem instalados, empreendimentos imobiliários dependem da transformação dos espaços, como a movimentação de solo. Por este motivo, é considerada uma atividade potencialmente causadora de impactos ao meio ambiente, devendo ser submetida a um adequado tratamento que englobe os estudos de arqueologia, conforme prevê a legislação brasileira.

O Loteamento Cruz de Lorena está previsto para ser implementado no município de Londrina, Paraná, mais precisamente entre a Rua Adalberto Luís Pirola e o Ribeirão do Cafezal, ocupando uma área de 64,6 hectares, tendo em seu entorno, os cursos dos ribeirões: Cafezal, Altinho, Esperança e Uberaba, além de pequenos núcleos urbanos.

Londrina conta com o registro de sete sítios arqueológicos no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA). Mapeados entre os anos de 1971 e 2016, por meio de diversas pesquisas arqueológicas, esses sítios foram classificados de acordo com a cultura material encontrada em seu contexto, sendo quatro sítios com cerâmica Tupiguarani, dois sítios com cerâmica Jê e um sítio com cerâmica Jê e Tupiguarani. Esses grupos humanos ocupavam a região dando preferência para os locais próximos aos cursos d’água, onde desenvolviam o seu modo de vida – histórico que comprova o alto potencial arqueológico da região pesquisada.

Partindo desse contexto, a equipe de pesquisa atuou na avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico, atividade prevista na Instrução Normativa do IPHAN nº 001/2015. Nesta etapa, o principal objetivo consiste na análise das áreas que serão influenciadas pelo empreendimento. Para isso são feitas pesquisas bibliográficas e levantamentos de campo, compostos por linhas de caminhamentos para as verificações de superfície e a escavação de poços-teste com cavadeira articulada para as verificações da subsuperfície do terreno, sendo todo esse processo registrado em fotografias digitais e escritos das informações sobre os aspectos da paisagem e dos compartimentos ambientais prospectados. Como resultado desta pesquisa, nenhum vestígio arqueológico foi identificado nas áreas previstas para receberem as obras de instalação deste empreendimento.

Paralelamente, ações de divulgação da pesquisa aconteceram junto à Secretaria Municipal de Educação de Londrina, na Escola Municipal Prof. Joaquim Pereira Mendes e, também junto aos moradores sediados nas áreas mais próximas ao empreendimento. Nestas atividades foram prestados esclarecimentos sobre a necessidade de realização da pesquisa enfatizado a importância dos estudos científicos para a preservação do patrimônio arqueológico.

A todos que participaram destas atividades foram distribuídos dois materiais didático-informativos: um composto por conteúdo referente as etapas da pesquisa arqueológica no âmbito dos processos de licenciamento ambiental; e um segundo folder contendo informações teóricas e gráficas abordando os principais aspectos culturais dos grupos humanos que habitaram o planalto meridional brasileiro antes da colonização europeia do território.

Estas ações objetivaram a socialização dos resultados das pesquisas arqueológicas junto à comunidade, despertando o interesse pelo tema e a necessidade de preservação do patrimônio arqueológico.
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